sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Dia Nacional do Cerrado: vamos preservar esse patrimônio!

Por Henrique Cruvinel Borges Filho

Para quem só enxerga terra a ser ocupada, saiba que o Cerrado é a savana mais rica em espécies do mundo. Estão presentes na paisagem vinte tipos fitofisionômicos que vão de campos limpos até matas ciliares com mais de 12 mil espécies vegetais e animais. É no Cerrado que estão as principais áreas de recarga dos mananciais que abastecem as bacias da Amazônia, do rio Tocantins, São Francisco, Parnaíba e outras. É o segundo maior Bioma brasileiro em extensão, ocupa aproximadamente área de mais de dois milhões de metros quadrados que cobre porções contíguas de 11 estados brasileiros (PI, MA, TO, BA, MT, MG, GO, DF, MS, PR e SP). Em estudo realizado pela Embrapa, um total de 70 sistemas de terras foram classificados na região do cerrado em função do clima, das paisagens e dos solos.

Mas tão grande quanto a riqueza e exuberância do Cerrado é o tamanho da devastação. Estima-se que a cada ano, cerca de 1,5 % do bioma, simplesmente desaparece, num ritmo maior que o desmatamento na Amazônia, segundo estudo realizado pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da UFG (Silva et al. 2009).

De acordo com o mapeamento do uso da terra do Bioma Cerrado desenvolvido pela Embrapa (Sano et al. 2008), 40 % da cobertura original do Cerrado já foram ocupados, principalmente, por áreas agrícolas, pastagens, ocupações urbanas, reflorestamento e mineração. Segundo o estudo, cada estado em que o cerrado ocupa contribui com a essa destruição. O estado de Piauí, por exemplo, o Cerrado encontra-se bem preservado com apenas 8 % de ocupação. Por outro lado, o estado de São Paulo, 85% do Cerrado já fora ocupado. Veja abaixo a espacialização do uso e ocupação da terra no Bioma Cerrado.

Distribuição espacial das classes de uso da terra no Bioma Cerrado. Fonte: (Sano et al. 2008).

Por esta razão, o Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do mundo, inclusive reconhecido internacionalmente como um dos 34 hot spots para a conservação, devido à enorme riqueza biológica e a alta pressão antrópica a que vem sendo submetido (MITTERMEIER et al. 2005).

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